Onde a magia acontece

[CINEMA] PROCURANDO DORY (ou a Pixar não faz continuações)

| terça-feira, 24 de setembro de 2024
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Ok, foi um filme bem curto esse…

Procurando Nemo“, filme da Pixar de 2003, tem uma sinopse muito estranha quando você pensa sobre ele: “Homem tem a esposa brutalmente assassinada diante de seus olhos por um psicopata, e agora precisa partir em uma jornada com a ajuda de uma deficiente mental para encontrar seu filho aleijado“. Bem, é um conceito estranho mas, na execução, Procurando Nemo não tem nada de estranho sendo um dos filmes mais seguros da Pixar, e meio que bastante o que você esperaria dele.

Estranho mesmo foi quando alguém lá dentro leu essa sinopse zoada na internet, coçou o queixo e disse: “hey, espera aí, e se…“. O resultado é que, ao contrário do original, Procurando Dory é um filme muito estranho. E estranho é bom.

VAMOS COMEÇAR FALANDO DA BALEIA BRANCA NA SALA.
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Pronto, taí sua reação

Eu não gosto de Procurando Nemo. Pronto, falei. Se você quiser parar de ler este texto agora não irei condená-lo, mas eu realmente acho que é um dos filmes mais fracos da Pixar. É onde eles arriscaram menos, tentaram menos, e é bem seguramente apenas uma “creche eletrônica para desovar meus filhos e ter milagrosas duas horas de paz” pela qual as pessoas tomam as animações.

Mas como eu sou um Zé Ruela aleatório na internet, e minha opinião não importa tanto assim, eu gostaria de expor o ponto de um dos caras que mais entende sobre cultura pop infanto juvenil no Brasil: Fábio Yabu.
Mas a grande falha está nos personagens. Nemo, o personagem principal, é um deficiente físico. Mas a sua “nadadeira da sorte” não lhe traz nenhum tipo de desafio, ou seja, o roteiro não ousa, a nadadeira está lá por estar, não faz diferença. As crianças não o maltratam nem o discriminam por ele ser diferente. Isso seria ideal num mundo ideal, mas é só dar uma olhada nos comentários desse blog para ver que o mundo está longe de tal condição.
Além de tudo, Nemo é muito linear em suas emoções, o máximo que o roteiro extrai dele é um “eu te odeio” despropositado, forçado e perdido no meio da história. Não dá pra “acreditar” que ele existe, seus defeitos são fabricados e pasteurizados como simples detalhes de sua personalidade.
Posto isso, e agora certo de que muito provavelmente eu não estarei na sua lista de cartões de natal, podemos falar sobre um filme que não faz nenhum sentido ter existido, mas felizmente existiu.

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Te achamo Dory, a casa cai procê! Perdeu! Perdeu! Perdeu!

O FILME QUE NÃO DEVERIA ESTAR LÁ

Não faz nenhum sentido que “Procurando Dory” exista. É a continuação de um filme com mais de dez anos desde o seu lançamento, “protagonizado” pelo alivio cômico do filme anterior. Sabe o que essa descrição me lembra? Um dos filmes mais esquecíveis do ano passado: Minions.

Minions” é um daqueles momentos em que os executivos de um estúdio esfregam as mãos e dizem “então, como vamos tirar mais dinheiro desses trouxas com o menor esforço possível?”. Procurando Dory tinha muita cara de ser isso (e no  meu caso pior ainda, continuação de um filme que eu nem dava lá grandes coisas, imagine minha boa vontade ao assistir esse filme…).

Mas, felizmente, ao contrário da Disney, a Pixar não faz continuações. Antes que você proteste eu vou repetir: a Pixar não faz continuações. O que a Pixar faz são filmes completamente diferentes dentro do mesmo universo.

Carros 2, por exemplo, não é “Carros de novo para tirar mais dinheiro dos pais das crianças“. O primeiro filme é tipo uma versão animada de Dr. Hollywood, Carros 2 é uma paródia de filmes de espionagem. Não tinha como ser mais diferente (se ficou bom ou não, não vou discutir isso agora).

Com exceção, talvez, de Toy Story, a Pixar não faz sequencias. O que é uma coisa boa porque, a menos que eles tenham uma ideia muito boa para ser contada, eles não se dão ao trabalho de fazer. Não, não será tão cedo que teremos um Divertida Mente contando a vida sexual da Riley, pode parar de cruzar os dedos.

Procurando Dory é um desses casos que, sim, eles tiveram uma ideia muito boa para tocar adiante a continuação.

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SER “ESPECIAL” NÃO É ENGRAÇADO

Dory, como todo o universo sabe, é um peixe que sofre de perda de memória recente, e principal fonte de risadas no filme original por conta da sua deficiência. Isso é algo que sempre me incomodou bastante, e eu considerei, inclusive, citar ela na minha lista de TOP 5 personagens que são bastante deprimentes quando você pensa sobre eles.

Aparentemente mais alguém ficou incomodado com isso também na Pixar, porque esse filme é justamente sobre o quanto ser “especial” não é nada engraçado na verdade. É muito difícil, na verdade, e a quantidade de coisas que você perde, a quantidade de saltos laterais que você tem que dar para apenas ser igual aos outros certamente não é motivo de piada.

Como o Doutor disse uma vez em um dos seus melhores momentos: “Eu perdi coisas que você jamais entenderá!“. Coisas que você não faz ideia do quão valiosas são até que você precise viver sem isso.

E ao contrário do primeiro filme, a vida de Dory é tudo, menos “engraçadinha” por causa do problema que ela tem. Ela se perdeu dos seus pais quando era criança e cresceu sozinha, porque as pessoas tem tanta paciência com gente “diferente” quanto podemos esperar da nossa raça (ou dos peixes, nesse caso). Lidar com uma deficiência mental é exaustivo, cansativo, e as pessoas simplesmente desistem, porque ninguém tem paciência com a merda dos outros se ela não for bonitinha. Quando eu vejo na cultura pop como pessoas com transtornos mentais normalmente têm uma vida relativamente normal, eu apenas dou um sorriso cansado e penso “heh, gostaria que fosse tão simples assim”.

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Houveram dias em que eu achava que assistir como a Dory aprendeu a falar baleiês não seria uma experiência tocante. Estes dias ficaram para trás e jamais voltarão.

Não foi até chegar a idade adulta que Dory foi conseguir um amigo de verdade que a aceitasse como ela é (a introdução à vida pessoal de Dory termina justamente quando ela conhece um peixe-palhaço que está procurando seu filho desesperadamente, talvez você já tenha ouvido falar dessa história), mas foi uma jornada muito triste e pesada até ali.

Foi surpreendentemente algo sombrio, pesado e triste de se assistir, definitivamente não era o que eu esperava de uma “continuação caça níquel“. Um dos defeitos do primeiro filme é justamente que a “deficiência” do Nemo estava ali só para cumprir quota, porque ela não prejudica ele de forma nenhuma durante o filme inteiro. Nem fisicamente, nem socialmente.

Procurando Dory é efetivamente sobre o problema dela, e o quanto seu cérebro não funcionar da forma que deveria é nada engraçado na verdade.

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A grande pergunta que fica é: como vamos viver agora em um mundo sem um filme solo do Geraldo?

UMA AVENTURA PARA TODA FAMÍLIA

Falando assim parece que o filme é muito sombrio, sinistro e que o Zack Snyder vai comprar 4 cópias dele e mais a edição de colecionador. Só que não é assim.

Um ano após os eventos do primeiro filme, Marlin está vivendo com seu filho Nemo e sua amiga com necessidades especiais Dory (eu sei que shipadores shiparão, mas não é essa a relação deles, até porque a Dory precisa de mais cuidados do que uma criança devido à condição dela) quando um evento cotidiano faz Dory começar a lembrar que ela já teve família um dia. Para desespero do nosso peixe-palhaço pouco aventureiro, Dory decide, então, cruzar o oceano para encontrar sua família.

Quando sentamos para assistir um filme da Pixar esperamos feels e boa aventura animada, e Procurando Dory não falha em nenhum destes dois campos. As coisas ficam melancólicas, então tristes, depois nostálgicas, daí divertidas, mais divertidas ainda, tristes, assustadoras, divertidas de novo… você sabe como os filmes da Pixar funcionam, não? Nunca tem um momento em que Procurando Dory não esteja fazendo seu melhor para manter a audiência não só emocionalmente investida na aventura, mas torcendo por ela.

E vai, sem dizer que a Pixar está cada dia melhor em entregar aventuras visualmente divertidas e interessantes, seja em pequenas esquetes de humor bem construídas (GERALDO, FORA!), seja em personagens únicos. A grande adição do filme é o setopode (você sabe, um octopode que perdeu um tentáculo) rabugento Hank, que no original é dublado por ninguém menos que Ed O’Neill (o eterno Al Bundy). Acho que eu não preciso explicar muito mais sobre o personagem e o quão formidável ele é.

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Não, sério, Pixar eu nunca te pedi nada!

Como muito da ação se passa fora d’água, Hank é a ferramenta que torna isso possível em cenas um tanto forçadas, mas não menos divertidas por conta disso (mas se você vai assistir uma animação sobre peixes falantes para reclamar da impossibilidade física de alguma coisa, tem algo muito errado com você).

Estruturalmente o filme lembra bastante a fórmula de Up – uma grande aventura com momentos que tocam seu coração e causam lágrimas – só que faz tudo melhor. Com exceção da abertura, porque o começo de Up é coisa linda de Deus, né?

Promover Dory a protagonista foi uma escolha arriscada, alívios-cômicos (por melhor que sejam) não costumam ser tão brilhantes assim quando promovidos a centro das atenções (acho que eu não preciso novamente lembrar o quanto o filme dos Minions é esquecível, né?). Mas o filme se aprofunda nela e consegue transformá-la em uma protagonista crível e com motivações relacionáveis, não apenas altas aventuras porque ela é mucho lokaaaa!

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Hank odeia que falem com ele, que toquem nele ou que estejam perto dele. E odeia crianças porque elas fazem todas essas coisas ao mesmo tempo. Encontrei meu animal espiritual

OU, OU, OU, CALMA LÁ MERMÃO

Dito isso, eu acredito que eu tenho algum problema com o ritmo do filme. Talvez porque eu não seja o público alvo, mas em vários momentos eu gostaria que a ação desacelerasse um pouco e focasse mais em esquetes bem sacadas, ou nos problemas pessoais da Dory.

A impressão que fica é que, temendo que o filme ficasse pesado (e arrastado) demais, a Pixar decidiu exagerar no açúcar, e o ritmo da coisa é um tanto frenético, mesmo para os padrões de uma animação, ao ponto de em alguns momentos seu cérebro quase desligar e entrar no modo “piloto automático vendo cenas de ação” (que é meio que a sensação que você tem do começo ao fim assistindo os filmes do Michael Bay).

Felizmente, neste caso, o coração do filme é enorme e muito interessante, e logo a Pixar te acorda para as partes realmente interessantes do drama pisciano.

Não é uma obra-prima do cinema (certamente não como Wall-E, ainda de longe o melhor filme da Pixar), mas é entretenimento de alta qualidade de uma sequencia que, até uma semana antes do lançamento do filme, ninguém tinha entendido ainda qual era o propósito da coisa. Pessoalmente eu gostei bem mais do que do primeiro filme, que até agora eu não entendi qual era o seu coração senão uma sequência de gags visuais coladas, mas como eu não sou grande fã de Procurando Nemo isso não quer dizer tanta coisa assim.

Surpreendentemente, “Procurando Dory” não é sobre achar fisicamente a Dory, ela não se perde (não mais que o usual, pelo menos), e sim sobre a Dory tentando realmente descobrir quem ela é e da onde veio. Profundo, não?

Como diz o ditado, da onde menos se espera… daí mesmo é que não sai nada. A menos que você espere da Pixar, porque eles sabem o que estão fazendo. Você nunca ouviu? É um ditado muito popular, sabia.

[CINEMA] PROCURANDO DORY (ou a Pixar não faz continuações)

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[WWE] Guia do Iniciante para a Luta Livre

| quarta-feira, 18 de setembro de 2024
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Se você é como eu, alguma vez na vida deve ter assistido os clássicos episódios de Super Catch que passavam na falecida rede Manchete, onde víamos homens do tamanho de armário encenando lutas e tretas em um ringue que balançava muito.

Era um tempo estranho e sem internet, então tudo que tínhamos para nos divertir eram os jogos de Super Nintendo e a programação da Manchete que tinha a regularidade do Michael J. Fox fazendo neurocirurgia. Ok, mas isso era então e agora é agora, não há desculpas para não assistir o show que nos deu perolas como Dwayne "The Rock" Johnson e André, o Gigante.

Foi o que eu fiz semana passada... e achei terrivelmente confuso. Não sem surpresa, afinal estou começando uma série pela metade e ninguém gosta de ser aquele chato que chega no meio do filme e fica perguntando tudo. Então, sem mais delongas, vamos a tudo que você precisa saber para começar a acompanhar os mais carismáticos homens e mulheres da televisão que jogam pessoas do alto de escadas!

O QUE É O WWE?

WWE significa World Wrestling Entertainment, que é a empresa que administra o grande evento de luta livre mundial. Seu principal acionista (que é dono de mais da metade da coisa) é Vince McMahon, que também é um personagem do programa. Volta e meia Vince sobe no ringue para exercer seu personagem de "chefe da porra toda".

Se o nome talvez não lhe seja familiar, duvido muito que você não tenha visto algum meme dele, como esse do trailer de Fallout 4:


O sr. McMahon é ele próprio um ex-lutador e comentarista, então ele entende muito de presença de palco e manja pacaraio do negócio do qual ele é dono.

LEGAL, ENTÃO ONDE EU ASSISTO ESSA TAL DE WWE?

Então, não assiste.

COMO ASSIM?

WWE é o nome da empresa, o que você assiste são dois programas separados que ela tem. As segundas feiras vai ao ar o WWE RAW, e as terças o WWE Smackdown. Existe ainda o WWE NXT - que é meio que a divisão de acesso, quem for bem no NXT ganha uma chance de brilhar nos programas principais da empresa.

QUAL A DIFERENÇA ENTRE O RAW E O SMACKDOWN?

Tirando a duração (o Raw dura cerca de 3 horas e o smackdown cerca de duas), não muita coisa. A grande diferença é que cada programa tem seu cartel de lutadores que compete exclusivamente naquele programa - exceto em eventos especiais, claro.

Então se você quer ver a besta encarnada Brock Lesnar assista ao Raw. Se você quer ver Jooooooohn Cenaaaaaaaaaaa, assista ao Smackdown. 

Ou seja, o Raw e o Smackdown são como a Marvel e a DC: ambas fazem quadrinhos de super-heróis, mas eles não coexistem no mesmo universo (exceto, novamente, em eventos especiais).

Se isso não é arte, não sei mais o que poderia ser
E SOBRE O QUE É O PROGRAMA, AFINAL?

A melhor forma de descrever a luta livre é que ela não é uma competição esportiva e sim um show de TV sobre uma competição fictícia. Então quase tão importante quanto homens e mulheres grandes pacaraio dando golpes visualmente espetaculares no ringue são as cenas entre as lutas em que os atletas daquele mundinho criam suas tretas e rixas.

Esse é o grande diferencial e atrativo da WWE: os lutadores tem que ser atores tão bons quanto, porque é do seu carisma que vem a satisfação de ver determinado personagem ganhar ou perder. Como funciona em qualquer programa de TV, na verdade.

Por exemplo, na semana passada teve a Wrestlemania (já chego nisso) onde o lutador mais antigo e queridos do plantel se aposentou, o Undertaker. Só que ele ele perdeu em sua última luta, e o publico queria muito que ele encerrasse com uma vitória. Por isso o publico agora quer as tripas do cara que fez isso, derrotar ele, banhadas em molho marinara.

Como nosso novo vilão, Roman Reigns reagiu a isso?


Oh, como odiamos esse cara! Vamos torcer ansiosamente pelo dia que ele quebrar a cara, porque um dia ele vai se dar mal. Pode demorar um mes, pode demorar um ano, mas quando esse dia chegar nós estaremos lá para dizer "Buuuuuuuuuuuuuuu!".

Viu? É assim que o jogo funciona. Heróis são construídos, assim como vilões. Tem caras que lutam sujo e vencem, e você torce para que o dia deles chegue. E quando chega há muita alegria. Mas as vezes os caras que você detesta continuam se dando bem, e a torcida só aumenta para quando o dia chegar...

Existem dois tipos de treta na WWE: aquelas que são construídas para o episódio, e algumas são a longo prazo. Algumas são construídas até mesmo ao longo do ano inteiro, ou de anos e quando se resolvem são mega eventos que promovem a catarse de anos de programa.

Essa, usualmente é a Wrestlemania.

O QUE É A WRESTLEMANIA? TU JÁ TINHA MENCIONADO ESSE NOME ANTES.

Wrestlemania é tipo a "Copa do Mundo" da luta livre. Quando os melhores lutadores da Raw e a do Smackdown participam de um mega-evento a céu aberto e finalmente acertam suas tretas. É tipo a "Season finale" do show, e normalmente são eventos memoráveis. 

As vezes as tretas são resolvidas também em eventos pay-per-view, porque alguém tem que pagar o leite dos McMahonzinhos, né?

E AS LUTAS?

A principal diferença entre o UFC e o WWE do ponto de vista do espectador é que enquanto o primeiro é sobre violencia, o segundo é sobre carisma. Dã, é claro, as lutas da WWE não são "de verdade", mas não é isso que eu quero dizer.

Tudo desde a entrada do personagem na arena aos seus movimentos é feito para ser marcante e plasticamente bonito. Não importa se não é assim que as coisas aconteceriam numa briga "de verdade", o WWE é para encher os olhos e vender entretenimento, não produtos de limpeza para tirar as manchas de sangue do ringue depois.

O segredo é escolher aqueles que você gostar mais e apenas torcer pra eles, se deixar entrar no hype e  se divertir com a experiencia. É isso que a WWE vende: espetáculo, e é o que ela faz como poucos.

Como não curtir quando no meio da discussão sobre quem seria o segundo componente da luta de duplas tudo escurece e toca o tema do Rei Demônio, Finn Balor? (sim, títulos são metade do que fazem o show funcionar)



 Bem, agora você já sabe o básico para começar a assitir os episódios semanais do Raw ou do Smackdown (ou ambos, se você for ambicioso). E não se esqueça, saber é metade da batalha!











[WWE] Guia do Iniciante para a Luta Livre

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[ANIME] KILL LA KILL (publicado em 2014)

| terça-feira, 27 de agosto de 2024
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O que tem em comum a origem da vida na Terra, o mundo da alta costura e a hierarquia social da escola?

Eu prometo também que essa história também tem uma quantidade abusivamente ofensiva de nudez, sangue e batalhas para impedir o apocalipse. Se ficou interessado mas não entendeu como uma coisa dessas pode ser possível então é sinal que você está pronto para conhecer um dos melhores animes de 2013: Kill La Kill.



KLK é um anime de 24 episódios feito pelo novato estúdio Trigger, que de novato não tem nada realmente já que o seu núcleo é composto por veteranos na animação. Não é atoa que a primeira coisa que chama atenção no anime é que ele lembra muito, mas muito mesmo FLCL da Gainax – o que não é nenhuma coincidencia, porque o cerne na equipe é o mesmo.

Alias se for para comparar  com alguma coisa o mais perto que se pode chegar é comparar com FLCL e isso não é pouca merda: o ritmo é frenético e o anime parece quase inteiramente aleatório só que não é. Mas já chegamos a isso.


Em seu começo Kill la Kill é um anime esquisito sobre o modo de vida japones. Através de metaforas de uma cidade severamente dividida em castas dominada por um colégio sob o relho da tiranica Satsuki Kiryuin. Todas as loucuras e non-sense (que não é pouca) do anime podem ser vistos como referencias ao modo de vida e valores da sociedade japonesa, sobretudo a vida estudantil.

Mas sobre o que são essas “loucuras”? Paródias, principalmente.

O anime pega quase todos os generos de animes conhecidos pelo homem e debocha de seus cliches. Então tem a garota mágica que se transforma, o fanservice megaofensivo, o torneio de luta, a vilã com sua “elite de quatro generais”, os cliches de animes esportivos com seus movimentos absurdos e por aí vai.

Tó nos dedos dos cliches!

Muita gente reclama do sexismo exagerado do anime – de fato as meninas lutam fios dentais praticamente inexistentes – mas sinceramente, depois de um ou dois episódios voce para de reparar nessas coisas. A apelação visual é tão grande que chega ao ponto de ser indiferente.

E quase como se o anime pegasse o gerador de formulas de anime e inserisse os espaços em branco com as coisas mais aleatórias possiveis apenas para mostrar que dá pra fazer. Tipo assim:

Neste mundo o que importa são os
sayajinsconselhos estudantis com seus niveis
de poder de uniformes goku, para ser alguém voce tem que superar o nível de
super sayajinuniforme goku usando coisas como
a semente dos deusesa espada-tesoura ou
a sala de treinamentoo uniforme kamui





Tem gente que acredita em cada coisa, viu…


Para provar mais ainda que voce pode fazer um anime com absolutamente qualquer coisa desde que siga as formulas exploradas a exaustão – bastando apenas trocar os nomes – o tema do anime é moda. A tematica toda é essa, a arma da protagonista é uma tesoura e ao ser derrotados os adversários entregam fios de linha. Substitua as roupas de poder por armaduras (Saint Seiya), Mechas (Gundam) ou Jutsu (Naruto). Voce vai ouvir muito “essa roupa… como pode ser tão poderosa? Não é possivel…”, como em qualquer anime famoso.


Enfim, é tudo uma grande galhofada para mostrar que qualquer coisa vale.

E isso faz de Kill la Kill um anime de médio para ruim. Proposta interessante mas … meh. Apenas meh.


Só que não é só no traço e no estilo da animação nonsense que KLK lembra a perola FLCL.

Lá por volta do 10o episódio uma coisa interessante começa a acontecer. Realmente interessante. Sabe todas aquelas coisas non-sense e aleatórias sobre metaforas para a sociedade japonesa, sobre os cliches de anime e sobre o mundo da moda?

O anime começa então a costurar (sim, o trocadilho foi intencional) todas essas coisas jogadas aparentemente de modo aleatório e sem nexo em um grande cenário coeso e interessante. Voce começa a perceber que todas as coisas aleatórias sem ligação nenhuma na verdade fazem parte de um cenário muito bem pensado e aí a coisa começa a engrenar como uma bola de neve de pura vitória.
Infinitas vezes durante voce pensa “não acredito que eles estão fazendo uma história sobre isso… não tem como ser verdade… e uma história foda pra caralho ainda por cima!”.





Kill la Kill em uma casca de noz


Até o final de seu 24o episódio Kill la Kill segue um ritmo frenético e insano, com reviravoltas toda vez que voce acha que as coisas estão encaminhadas e ja sabe como vai dar. Com a diferença que tudo é bem fundamentado e razoavel dentro do universo proposto, todas as reviravoltas, traições e tramas tem sementes plantadas lá atrás (que voce só percebe quando pensa nisso depois). Nada é gratuito ou sem motivo, até mesmo a peladice tem uma razão que faz muito sentido dentro da história.

Sim, é um mundo onde até o fan service faz sentido. E quando voce percebe já estamos no meio de uma batalha épica contra o apocalipse da moda (sim, isso não só existe como é uma baita história) sem perder a parada de parodiar generos de anime e fazer referencias a sociedade japonesa. Então lá pelo final temos referencias aos animes de luta sim (“Quanto mais perto da morte, mais forte eu fico”, voce já ouviu isso em algum lugar?) mas também cliches de cenários pós-apocalipticos (sim, sobra até pra Akira) e animes de mechas porém tudo de forma organica e integrada a história com muita vitória.





Um elogio maior não pode ser concebido


Sabe aquele momento de Lost em que voce realmente acreditou que todas as coisas aleatorias que eles jogam na historia, todas as reviravoltas e traicoes, tudo isso seria amarrado em uma excelente história? Pois é, Lost te dá uma bela banana e diz “ah ah ah, voce não disse a palavra mágica!”.

Mas Kill la Kill entrega isso.


Só li verdades. Te juro.

E isso que eu nem entrei no mérito de falar da trilha sonora estupenda (a musica tema da vilã é uma obra prima a parte) ou de Satsuki Kiryuin. A antagonista da história é um dos melhores e mais marcantes personagens que eu já vi, ela lembra muito o Vegetta de Dragon Ball só que muito mais inteligente, melhor construida e mais desenvolvida. Estou falando muito sério nesse ponto, se mais nada valeria a pena assistir o anime só por causa dela., mesmo.


Felizmente não é esse o caso porque KLK é um grande show para o qual ela contribui enormemente ao inves de carrega-lo nas costas. E um anime repleto de vitoria.


[ANIME] KILL LA KILL (publicado em 2014)

THE STORY SO FAR: Medo é liberdade! Controle é alívio! Contradição é verdade! Essa é a realidade deste mundo! CLIQUE AQUI para assistir os episódios O que tem...
POSTADO EM:terça-feira, 27 de agosto de 2024
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[ANIMES] Meu anime ideal (ou SHINSEKAI YORI)

| segunda-feira, 18 de março de 2024
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Um corpo artificial sendo cuidadosamente esculpido com uma perfeição mecânica é a cena dos créditos iniciais de Ghost in the Shell (ou o “Fantasma do Futuro” no Brasil because huehuehue br). Uma das cenas mais icônicas de todos os tempos na história da animação. Isso toda a malta sabe. O que talvez menos gajos saibam é que a música que toca nessa cena tão definidora é uma música se chama “Making of a Cyborg“.




A década de ’10 será lembrada como a época em que as pessoas reclamaram de ver essa cena interpretada pela Scarlett Johansson. É. Eu sei. Vai ser difícil explicar para as gerações futuras.

Coloquei essa introdução para jogar um jogo com vocês, vamos chamar de “Making of an Anime”. Se você pudesse montar peça por peça, na fria precisão que só um tanque de pele sintética pode oferecer, o seu anime ideal, como ele seria?

Eu começo: meu anime ideal, em primeiro lugar, teria uma ideia assaz genial, a qual eu nunca tinha pensado antes. Não precisa ser algo inédito na história da humanidade, basta apenas ser algo que me surpreenda e eu diga “tae, pior que eu nunca vi nada sobre isso mesmo”. Digamos, por exemplo, uma história que se passa em um mundo pós-apocalíptico em que o apocalipse não foi trazido por aliens, nem robôs ou mesmo armas nucleares, e sim poderes psíquicos.


CONTEMPLEM O APOCALIPSE PSÍQUICO!

Digamos que, por exemplo, quinta-feira que vem pessoas com poderes psíquicos nível TETSUO comecem a aparecer por aí. Uma, duas, dez, mil ao redor do Globo. Não precisa ser tantas assim, apenas um pequeno punhado dessas mentes MA-RA-VI-LHO-SAS já seria suficiente para esfacelar a nossa frágil estrutura social, e a seleção natural as transformar na espécie dominante do planeta. Se está difícil de imaginar, assista Akira novamente, e veja o quanto a sociedade não consegue fazer nada contra o Tetsuo. Agora imagine acontecendo em diversos pontos do globo pelo próximo século. ISSO é um apocalipse psíquico.

Mas não para por aí: o psiquismo humano se expandiu de tal forma que começou a deformar o mundo ao seu redor, e o DNA dos seres vivos próximos de si com o “resíduo” psíquico, ou seja, criando mutações. Manja aquela hora que o efeito das dorgas acaba e o Tetsuo começa a perder o controle dos seus poderes? Tipo isso, aplicado ao mundo.

Agora imagine o mundo onde isso aconteceu, mil anos depois. Sim, imagine que louco seria uma mistura de Akira e Fallout na construção de cenário. Apenas imagine que doido seria.





ADMIRÁVEL MUNDO NOVO QUE ENCERRA CRIATURAS TAIS


Em seguida eu gostaria que meu anime ideal mostrasse essa sociedade nesse admirável mundo novo através da vida de um protagonista. Mas, tipo, a vida toda mesmo, desde a infância até a idade adulta, não a putaria de anime que pré-adolescentes salvam o mundo com o poder da amizade, não. Um anime que acompanhasse o herói da história desde criança até sua fase adulta, e com isso víssemos todos os aspectos dessa nova sociedade.

Uma nova sociedade mil anos no futuro tem, é claro, valores de mil anos no futuro. Parece óbvio, mas não é. Por favor, nada de pegar os nossos valores atuais (que sequer são os mesmos de trinta anos atrás) e fingir que somos nós em um cenário diferente. Não, eu quero outra sociedade moldada por outras necessidades históricas ou causalidades. Eu quero que essa sociedade lide com valores como vida, sexualidade, liberdade e comunidade pelos seus próprios meios, não pelos meus. Em outras palavras, eu quero que um japa sente a bunda na cadeira e faça FICÇÃO ESPECULATIVA DE VERDADE.

Em outras palavras, eu quero Admirável Mundo Novo no meu cenário de Akira/Fallout. Parece bom até agora, não?


E TIRE SUAS OTAKISSES DAQUI!

Falando sobre isso, eu não me incomodaria se meu anime ideal fosse muito econômico nos clichés de anime. Eu não me incomodo que eles pareçam japoneses como os japoneses são realmente, mas me incomodaria muito se eu pudesse defini-los simplesmente como tsundere, protagonista banana genérico, rival do herói, alivio cômico, melhor amiga de infância do herói que é apaixonada por ele. Menina tomboy atlética que no fundo só quer ser tratada como uma princesinha? FORA DAQUI!

Só dessa vez eu gostaria disso. E só dessa vez eu quero uma história em que as crianças dessa nova sociedade se comportem como crianças, os adolescentes como adolescentes e os adultos como adultos. Cada um com personalidades distintas e marcantes, ainda que críveis – todos moldados, é claro, pelas verdades e necessidades desta nova sociedade.

Se não for pedir demais, talvez um anime que nem abertura tivesse, e o tempo desperdiçado com isso fosse usado para CONTAR A HISTÓRIA. Talvez seria interessante ainda que o anime não fosse adaptado de um mangá, nem de uma visual novel, nem até de uma light novel (que é mais ou menos o equivalente a “literatura infanto-juvenil” no Japão), e sim de um fucking livro de verdade. Sabe, um romancezão veiudo de 600 páginas mesmo, escrito por um adulto e para adultos.

Não, não tem irmãos que na verdade não são irmãos de sangue e se apaixonam. Te garanto que no meu anime ideal não tem isso.



SOLTA A BATIDA, NEE-SAN!

Muito dificilmente alguém fará um anime assim algum dia, então, já que estou sonhando alto, por que não pedir uma trilha sonora onírica, que lembra um hibrido entre Akira e Ghost in the Shell? Eu sei que é pedir demais, mas hey, esse é o MEU anime ideal. Ah, já que estamos nisso, também não me incomodaria um traço leve, quase infantil, porém, conceitualmente artístico, como um meio termo entre o estilo do estúdio Ghibli e o primeiro filme do Digimon.



AGORA O QUE ACONTECE NESSA HISTÓRIA, HM, VAMOS VER…

Meu anime ideal seria dividido em três arcos distintos, cada um representando uma fase da vida do protagonista. O primeiro, a infância, seria marcado pelo mistério e pelo misticismo, enquanto o meu cérebro fica completamente viciado em entender o que diabos está acontecendo ali. Claro que não seria interessante apenas fazer um “senta que lá vem a história” e contar como o mundo chegou aquele ponto absurdo, repleto de termos que parecem místicos, mas têm uma explicação lógica e cientifica.

Não, teria isso claro, mas apenas isso não seria o bastante. Eu quero uma cadeia de eventos que seria posta em movimento na infância do nosso herói, e que vai evoluir de uma forma orgânica para, quando chegar na fase adulta, essa sociedade com a qual eu já me familiarizei tenha uma resolução que passe uma sensação de realização. Nada de “acabou esse arco, agora surge uma nova história sem relação nenhuma” (como é muito comum nos animes), não no meu anime ideal. Não, a história seria toda conectada, e os eventos persistiriam não apenas nas motivações iniciais dos personagens (“vou lutar com ele porque ele matou meus pais” ou algo assim), mas em toda grande roda de engrenagens que move o anime.

Ao longo de sua exibição, haveriam mudanças radicais e guerras, claro, mas, como o anime mostrou as raízes que colocam essas engrenagens em movimento lá no começo, tudo seria emocionalmente amplificado. As guerras teriam significado, porque eu saberia exatamente quem estava lutando, por que e o que estaria em jogo.

Conhecendo os personagens desde a infância, e sendo bons personagens críveis e complexos, eu me sentiria à vontade para me sensibilizar com suas necessidades, dores, suas escolhas e anseios. Seria um olhar microscópico na esfera dessa sociedade e seus personagens, o que tornaria o anime bastante pesado.

Em outras palavras, eu quero um anime que, para explicar como as coisas chegaram ao ponto que chegaram no final, não possa ser descrito com nada mais simples do que “bem, é uma longa história…”.


Imagem tirada da cerimonia de posse do Bolsonaro em 2018

É ASSIM QUE O MUNDO TERMINA, NÃO COM UM ESTRONDO MAS COM UM LAMENTO

Eu não exijo que o final seja feliz, embora me desagrado com finais deprimentes em que tudo dá errado e “todo mundo é infeliz para sempre, fim” (pessoalmente já acho o mundo real amargo o bastante para me rejubilar com isso nas minhas ficções). Não, seria alguma coisa no meio termo disso (“algumas coisas boas, algumas coisas ruins, um pouco de cada” como disse o Senhor das Estrelas), mas, mais importante que isso, uma sensação gratificante de que algo aconteceu, e apenas a catarse que uma história bem contada, com inicio, meio e fim, pode proporcionar.

E apenas porque é o meu anime ideal, quando tudo estivesse dito e feito, quando eu achasse que o anime estava apenas terminando, e que só estavam enrolando para dar o tempo de exibição… bum, alguém viria e soltaria um plot twist que mudaria inteiramente toda minha percepção da coisa toda! Faria minha mente explodir e rever toda a experiência através de uma informação que estava lá desde o começo, para então ser revelada uma verdade perturbadora.

É uma ideia ousada e difícil de executar, eu sei, mas esse é o MEU anime ideal.

SINTA, PENSE, REFLITA

Existem muitos poucos animes que conseguem embaçar a linha entre o que é certo e errado, e menos ainda os que te fazem mudar de opinião nesses assuntos várias vezes ao longo do caminho. Meu anime ideal seria um destes raros casos.

Talvez algumas pessoas achem o ritmo um tanto lento demais, mas, para mim, o ritmo seria perfeito. Eu realmente não me importaria se o começo fosse um pouco devagar, já que o meu cérebro estaria ocupado correndo atrás e tentando entender o que diabos eu estou olhando. O anime teria seus próprios termos, por exemplo, e alguns deles não seriam adequadamente explicados até que eu já tivesse entendido por conta própria a maior parte deles. Sabe, um anime que não subestime a minha inteligencia, pelo contrário, que contasse com ela!


Eu já disse isso, mas esse anime seria pesado. Pesado não no sentido de gore gratuito ou fan service descarado (que é como se entende “maturidade” em animes), mas sim por temas emocionalmente pesados que ecoam em você, mesmo depois que você terminou de assistir. Ele poria o dedo na ferida em vários assuntos desconfortáveis e arrastaria para a luz a depravação da raça humana. Em nossas atitudes, nossa necessidade de controlar tudo, e nossa arrogância de achar que sequer somos parte da natureza: nos vemos como algo complemente alienígena e ao mesmo tempo infinitamente superior.

Isso sem pintar ninguém como mocinho ou bandido. Quão má é realmente uma sociedade que, sistemicamente, mata indivíduos para salvar o resto da população? Quão mau é um individuo que arrisca o destino da raça inteira para proteger seus amigos? Podemos realmente culpar alguém que está lutando por sua sobrevivência? O quão bom você é para alegar que o que o outro está fazendo é mau? Este anime surpreenderia mostrando um “estudo de caso” que, na verdade, questiona a própria essência do que é ser humano.

E a parte mais perturbadora desse anime é que a reação dos personagens, provavelmente seria o que a maioria das pessoas faria nas mesmas circunstancias. Diabos, de certa forma é o que a maioria das pessoas está fazendo nesse exato momento. Ninguém luta por suas crenças ou confronta o sistema, no máximo tenta sair da frente dele para não ser esmagado. Exatamente como nós faríamos, seriamos apenas engrenagens em uma máquina que continua funcionando.

A forma com que eles se conformariam com um sistema abusivamente cruel seria revoltante, e mesmo após descobrir como as coisas funcionam, ao não fazerem nada para mudar só nos lembraria de que é exatamente o que estamos fazendo nesse exato momento. Ou você esqueceu em que país você vive?

Como em 1984 (meu livro favorito, btw), o sistema sempre vence. E por mais que você sinta que o sistema é errado, desumanizador e essencialmente cruel, não teria uma ideia melhor a propor dentro da realidade proposta. Tal qual nós sabemos, no nosso mundo a democracia é uma aberração desumanizante e fadada a dar errado… Mas nós somos covardemente convenientes com ela porque ainda é o sistema menos pior que conseguimos fazer funcionar – como Churchill já disse uma vez. Ou senão o lagarto errado pode assumir o poder.

ESSE é o tipo de ferida incômoda que está lá – mas que absolutamente ninguém quer falar sobre ela – que o meu anime ideal apontaria.


E ESSE SERIA O  MEU ANIME IDEAL

Talvez o seu anime ideal seja radicalmente diferente. Se eu tivesse que apostar, diria que seria muito diferente, porque, afinal, eu sou apenas eu. Talvez você não concorde comigo, e honestamente eu nem recomendo muito que concorde. O que eu verdadeiramente recomendo é que você assista Shinsekai Yori (From The New World, no ocidente), um anime pouco popular que é um dos melhores animes que eu já vi na minha vida. Senão o melhor.

De verdade.

[ANIMES] Meu anime ideal (ou SHINSEKAI YORI)

THE STORY SO FAR: Um corpo artificial sendo cuidadosamente esculpido com uma perfeição mecânica é a cena dos créditos iniciais de Ghost in the Shell (ou o “ ...
POSTADO EM:segunda-feira, 18 de março de 2024
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