Acho que a capa do jogo ser poluída assim dá uma boa ideia de como é o jogo |
SUNSET OVERDRIVE
Sunset Overdrive queria muito, mas muito mesmo, ser Persona 5. Um jogo repleto de identidade visual, atitude, subversivo. Algo bem ao espirito punk de ser contra o que o "sistema" representa. SO queria muito ser esse jogo... mas o que ele acaba sendo muito o que um executivo acha que os jovens consideram rebelde e subversivo. Pensando melhor, Sunset Overdrive queria muito ser Saint's Row mas ao mesmo tempo sem deixar de ser famíly friendly (ou seja, eles não tem a atitude para colocar uma arma disparadora de dildos no jogo). Poucos jogos me fizeram sentir tanta vergonha alheia com uma tentativa tão desesperada de parecer maneiro e cool, sendo que o resultado alcançado é apenas esse:
Um tiozão tentando se passar por descolado, Sunset Overdrive in a nutshell |
Escolhas conceituais a parte, não seria tanto problema se isso não vazasse para o Gameplay. Sunset Overdrive tenta ser cool e maneiro e descolado o tempo todo no gameplay que se torna apenas um jogo chato onde sempre tem alguma coisa acontecendo e nenhuma delas é importante.
Os executivos que encomendaram esse jogo não tem a menor duvida que o seu publico é composto inteiramente de adolescentes de 14 anos com TDH, porque a ação não para um minuto sequer. Isso parece uma descrição legal, mas se posta na prática se torna apenas um jogo cansativo que não te dá tempo para pensar.
Em termos de mecanica, SO é um sandbox que não tem uma história principal (e eu digo literalmente, não é sequer uma ruim) e tudo que você faz é fazer aquelas sidequests filler tipicas de sandboxes. Corrida contra o tempo, tower defense, buscar itens e entregar para NPCs e essas coisas que você não liga realmente mas estão lá para aumentar o número de horas de um jogo. Sunset Overdrive é SÓ isso.
A comparação a ser feita mais é com Jet Set Radio. No entanto, Sunset sobrecarrega muito a fórmula JSR para seu próprio bem. No JSRF, se eu quiser grindar, tudo o que tenho a fazer é pular em um trilho pressionando A. Se eu quiser ir para outro trilho, simplesmente pulo para outro trilho.
Em Sunset, você tem que pular no trilho com A e, em seguida, pressione X antes de pousar para realmente grindar. Depois você tem que alternar entre o nível superior ou inferior do trilho apertando Y (deslizar em cima ou andar pendurado) Agora adicione armas e golpes para fazer enquanto você está deslizando sobre trilhos, corrimãos ou fios de alta-sentão e o jogo se torna completamente aleatório onde nada importa. O jogo o encoraja a se mover tanto que você nunca tem tempo para parar e planejar um ataque ou até mesmo desfrutar das belas paisagens do mundo, e eu achei isso profundamente irritante.
O jogo todo é muito rápido e over-the-top para o meu gosto, mas então seja apenas porque eu sou velho e lento. Pelo que eu li na internet, todos os jovens adoraram esse jogo que não dá o menor tempo para você organizar suas ideias.
MAD MAX
Surpreendentemente, Mad Max não é um jogo ruim. Talvez por ser um jogo licenciado de um filme eu esperava que fosse, mas realmente não é. O combate é rippado de Batman Arkham, o que não é uma coisa ruim (é um bom sistema de combate, afinal) e se com o Batman parece estranho ser tão violento quanto é, no mundo de Mad Max fica perfeitamente natural. A escacez de recursos também é adequada ao tema, e a exploração se torna recompensadora porque frequentemente você precisa de munição, cura e combustível.
Andar de carro é divertido e os combates motorizados são perfeitamente divertidos também.
As ferramentas desse jogo não são o problema (nossa, certamente é anos luz mais divertido de jogar que GTA V), e sim o que o jogo não faz com elas. Depois das primeiras horas o jogo já mostrou tudo que tinha para mostrar e você apenas fica repetindo as mesmas quests em locais diferentes. Vá até a torre do mapa para desbloquear o mapa, invada a fortaleza daquele mapa, pegue os colecionaveis, enxague e repita.
Um jogo de mundo aberto com 50 horas ou mais de jogo precisa ter algo interessante para manter o jogador voltando. A escolha mais fácil é ter uma boa história com personagens interessantes, mas pode ser feito como Watch Dogs 2 e o jogo vai te dando missões diferentes que exigem abordagens diferentes. Mad Max não faz nenhuma dessas coisas.
E qual não minha surpresa ao descobrir que esse é um jogo feito pela Avalanche - os mesmos culpados por Just Cause. Não é realmente surpreendente que eles não saibam fazer algo interessante com um sandbox nem para salvar sua própria vida. Ainda sim, mantenho que Mad Max não é RUIM, apenas eu tenho coisas mais interessantes para fazer por hora. E, pensando melhor, não acho que algum dia eu não terei nada mais interessante a fazer do que voltar para Mad Max.
E, não que isso seja realmente um problema - só uma coisa estranha - mas o esquema de botões desse jogo é confuso. Você escala com o botão que normalmente se atira nesse jogo e atira com o botão que se corre.10 horas de jogo e eu ainda atiro sem querer.
BRIDGE CONSTRUCTOR PORTAL
Um puzzle, um puzzle adequado pelo menos, supostamente deve ser um desafio para sua mente. O importante é você descobrir o que fazer, pontos extras se o jogo tiver mecanicas divertidas que tornam a execução dessa solução prazerosa. Bridge Constructor Portal consegue se o oposto disso: entender o que você tem que fazer é um desafio interessante, mas de longe não é a maior sensação que você terá jogando esse jogo.
Aqui, na maior parte do tempo você já vai saber o que fazer e então ajustando suas construções pixel por pixel para conseguir executar a sua ideia. E esse é o maior problema desse jogo, já que na maior parte do tempo você vai estar testando e retestando suas montagens com variações de pixels entre elas. Sério, apenas um pixel para lá ou para cá causa variações terríveis enormes no comportamento dos objetos então você só tem como ter sucesso através de muita tentativa e erro. E, pouco surpreendentemente, isso é tão divertido quanto soa.
BCP é muito menos um jogo sobre resolver puzzles com ideias criativas e muito mais sobre tentar a mesma coisa de novo e de novo até dar certo.
Adicionalmente, as referencias a Portal são obvias e pouco inspirada. Se você quer ver a Ellen Mclain destilando o seu veneno passivo agressivo com o senso de humor bastante único de Portal... não é isso que você verá aqui. Apenas são recicladas piadas de Portal 1 e 2 e com isso eles consideram o trabalho feito.
Como aspecto positivo, os elementos de Portal (cubos companheiros, torretas automatias, portais, gel repulsos e gel quicante) dão uma variação interessante ao jogo original, mas nem de perto resolve os problemas fundamentais do jogo.
GEARS OF WAR: ULTIMATE EDITION para PC
Por algum motivo, a versão de PC não tem coop slitscreen. Porra Microsoft, vocês são fodaviu...