[TOP 10] MEUS 10 EPISÓDIOS FAVORITOS DE TODOS OS TEMPOS
A televisão tem o poder de nos emocionar de maneiras que poucos outros meios conseguem. Alguns episódios ficam conosco muito depois que os créditos rolam, não apenas por sua narrativa ou atuações, mas porque tocam em algo profundamente humano. Aqui está uma lista dos 10 episódios que deixaram uma marca indelével, cada um sendo uma obra-prima em seu próprio direito.
E eu decidi que não vou incluir animes ou Hora da Aventura, porque cada um desses daria sua própria lista. Talvez um dia eu faça, talvez não—quem pode realmente dizer? O que eu posso dizer, no entanto, é que essa é minha lista dos—em nenhuma ordem em particular—meus 10 episódios favoritos de televisão de todos os tempos:
1. "The Body" – Buffy the Vampire Slayer
Resumo: Buffy descobre que sua mãe, Joyce, morreu inesperadamente. O episódio acompanha Buffy e seus amigos enquanto lidam com as consequências imediatas da perda, retratando o luto com uma honestidade crua e sem rodeios.
Por que ressoa: A TV e o cinema entendem errado o luto. Eu consigo compreender o porquê—cenas de pessoas chorando dramaticamente, caindo escoradas na porta, são visualmente fortes. Apenas... não é assim que funciona. O luto é vazio; a dor é o silêncio não preenchido.
Este episódio remove os elementos sobrenaturais da série para focar na experiência universal de perder um ente querido. Sua representação do luto—confuso, silencioso e profundamente pessoal—é um episódio inteiro gravado sem trilha sonora, porque o silêncio entre as falas, a sensação de desconexão, é a representação mais real que a televisão já fez do luto.
2. "Free Churro" – BoJack Horseman
Resumo: BoJack faz um discurso no funeral de sua mãe, alternando entre humor sombrio, memórias de infância e reflexões existenciais. O episódio inteiro é um monólogo, revelando a profundidade de sua dor e ressentimento.
Por que ressoa: Este episódio é uma aula de introspecção, explorando as complexidades da família, do perdão e da autoconsciência. A vulnerabilidade crua e o humor ácido de BoJack o tornam uma exploração profundamente relativa de como nosso passado nos molda. O episódio inteiro é apenas um monólogo do BoJack de 25 minutos sobre a vida dele, sobre a relação com a sua mãe, sobre como ele vê o mundo. E é uma das coisas mais sinceras e verdadeiras já escritas na história da televisão. Cinema absoluto.
3. "Heaven Sent" – Doctor Who
Resumo: O Doutor está preso em um castelo misterioso e em constante mudança, forçado a reviver o mesmo ciclo de dor e descoberta enquanto lamenta a perda de Clara. O episódio é uma meditação comovente sobre perseverança e amor.
Aí. Está exatamente aí. Tudo que eu gosto a respeito do Doutor, tudo sobre usar a ficção científica para contar histórias ultimamente humanas, tudo que existe de certo sobre Doctor Who, está nesse episódio. A melhor atuação do melhor Doutor.
4. "33" – Battlestar Galactica
Resumo: A tripulação da Galactica é perseguida incessantemente pelos Cylons, com ataques ocorrendo a cada 33 minutos. O episódio captura o esgotamento e o custo psicológico do perigo constante.
Por que ressoa: Este episódio é um estudo magistral de tensão e sobrevivência. Sua representação do espírito humano sob pressão extrema é o que você precisa para explicar por que Battlestar Galactica é tão bom. Não é apenas sobre humanos sobrevivendo a chances impossíveis numa guerra que eles não têm como vencer. É sobre o quanto isso custa a eles.
5. "Fishes" – The Bear
Resumo: A família Berzatto se reúne para um caótico jantar de Natal, onde feridas antigas são reabertas e as tensões explodem em um turbilhão de emoções.
Por que ressoa: Após duas temporadas com todo mundo sempre dizendo o quanto Mikey era essa figura maior do que a vida, de como ele faz falta e de como Carmy nunca vai ser o irmão, a série finlmente dedica um episódio inteiro a mostrar quem era o Mikey.
E boy... Famílias, né? The Bear normalmente tem episódios de meia hora, mas especificamente esse episódio tem uma hora de duração porque ele precisa desse tempo todo—e o usa magnificamente—para fazer a melhor retratação de um jantar de Natal (ou Ação de Graças, no caso dos americanos) em família na história da televisão.
6. "Long, Long Time" – The Last of Us
Resumo: Em um mundo pós-apocalíptico, Bill e Frank encontram o amor e constroem uma vida juntos, apenas para enfrentar a inevitabilidade da perda. Sua história é uma exploração comovente de conexão e sacrifício.
Por que ressoa: Quando o diretor do jogo disse que tinha assistido à série e que seus episódios favoritos eram não os que adaptavam as cenas do jogo, mas sim os que exploravam o tema de The Last of Us em um mundo que foi pro vinagre, eles não estavam brincando. Esse episódio não tem relação direta com a aventura de Joel e Ellie; é apenas um recorte de uma vida inteira, dos começos promissores, dos dias comuns, do amor e da despedida em um mundo onde nada mais resta.
7. "Bad Choice Road" – Better Call Saul
Resumo: As mentiras e esquemas de Jimmy o alcançam, colocando ele e Kim em perigo. O episódio é uma exploração tensa das consequências do compromisso moral.
Por que ressoa: "Bem, aqui está o que vai acontecer. Um dia você vai acordar, tomar seu café da manhã, escovar os dentes, cuidar da sua vida. E mais cedo ou mais tarde, você vai perceber que não pensou sobre isso. Nada disso. E esse é o momento em que você percebe que pode esquecer. Quando você sabe que isso é possível, tudo fica mais fácil."
A coisa interessante a respeito de profissões é que, com o tempo, você fica melhor no seu emprego. A experiência te ensina o que funciona, onde você deve cortar, o que não vale a pena investir tempo. E isso é verdade para escritores também. Vince Gilligan é um escritor bem mais maduro e melhor em Better Call Saul do que ele era quando escreveu Breaking Bad, e esse episódio é um dos vários que mostra o quanto ele amadureceu, o quanto ele sabe usar o tempo e canalizar os sentimentos dos personagens onde realmente importa. E para provar isso, ele fez uma série inteira profundamente dramática com um cara que era apenas um alívio cômico nem tão interessante assim em Breaking Bad.
E esse episódio é, na minha opinião, a masterclass de writing do Vinção da Massa.
8. "Connor's Wedding" – Succession
Resumo: Os irmãos Roy recebem notícias devastadoras sobre seu pai, Logan, enquanto estão a bordo de um iate. O episódio captura suas reações cruas e sem filtros à perda e às dinâmicas de poder.
Por que ressoa: Embora esse episódio seja menos pessoal que o episódio da mãe da Buffy, man, a direção desse episódio. A falta de informação porque o corpo nunca é mostrado em tela, os irmãos Roy (e você) não tendo sequer certeza se isso não é apenas mais um jogo do Logan, toda a disfunção familiar da família vindo abaixo em um espaço de 60 minutos—toda e cada escolha nesse episódio é absolute television.
9. "Papa's Got a Brand New Excuse" – Fresh Prince of Bel-Air
Resumo: O pai ausente de Will retorna, apenas para abandoná-lo novamente. O episódio culmina no icônico colapso emocional de Will, perguntando: “Por que ele não me quer?”
Por que ressoa: No final do episódio, o pai do Will decide apenas ir comprar cigarro pelos próximos vinte anos, e ele deveria terminar com o Will fazendo uma piada sobre isso, fim. Entretanto, o Will Smith—o ator, não o personagem—desmorona e improvisa um monólogo pesadíssimo sobre a sua própria vida pessoal. Tio Phil apenas ouve em silêncio e, assim que termina, ele apenas o abraça sem dizer nada mesmo depois de levar patadas do Will o episódio inteiro tentando proteger ele do que ele sabia que ia acontecer.
E quando acontece, ele não joga na cara do Will. Ele não fala "eu te disse". Ele não tem um ar de "eu venci". Não, ele está lá porque ele precisa estar. Porque família é sobre as pessoas que escolhem ficar do nosso lado mais do que alguma loteria genética aleatória.
10. "Appa's Lost Days" – Avatar: The Last Airbender
Resumo: Após ser separado de Aang, Appa é capturado e passa por uma série de provações enquanto tenta encontrar o caminho de volta para seu companheiro. O episódio é contado principalmente pela perspectiva de Appa, mostrando sua lealdade e sofrimento.
Por que ressoa: Depois de vários episódios desaparecido, no fim de um episódio aleatório, Appa apenas aparece de volta todo esgaçado e surrado. Esse episódio mostra o que aconteceu com o Appa durante o tempo que ele esteve fora. É um episódio lindo, quase sem diálogos, o que mostra o quanto Avatar é diferente de qualquer outro desenho da sua época. Ou de qualquer época.