Muitos animes se destacam tanto pelas suas boas ideias tanto quanto por não fazer a mais remota ideia do que fazer com elas depois. DNA², por outro lado... é exatamente assim também. Mas vamos começar do começo.
A coisa mais criativa sobre esse anime é seu conceito, isso tem que ser dado a eles: no futuro, a superpopulação é um problema que ameaça a própria existencia humana. Essa desgraça toda aconteceu porque em algum ponto dos anos 90 surgiu um sujeito que viria a ser denominado como "mega-playboy" e diante de sua super seducencia anormal, engravidou mais de cem novinhas. Os filhos dessas novinhas, por sua vez, também se tornaram mega-playboys e cada um embuxou mais 100 desavisadas e assim por diante.
Diante disso, o governo do futuro faz o que governos costumam fazer e mandam sua funcionaria mais incopetente de volta no tempo para disparar uma bala "normalizadora de DNA" no futuro pegador para impedir que ele se transforme no Super Seducer. Já nos anos 90, o nosso futuro sedutor máximo não é ninguém senão Junta Momonari: um loser tão loser que ele vomita toda vez que o seu Evandro Mesquita sobe.
Segura o raul que ela tá tão na sua, cara! |
O que acontece é que nossa funcionaria publica do futuro encontra junta e dispara nele com a bala errada - porque, você sabe, faz todo sentido andar por aí com uma coleção de munição de mutação de DNA just in case - e isso é o que o faz se transformar no Mega-Playboy em primeiro lugar.
Agora, tendo criado o problema que ela mesmo veio resolver, Karin precisa ajudar Junta a ficar com a única garota que não cai na labia do Megaplay, a amiga de infancia dele na expectativa que isso contenha o seu DNA de super seduzente.
É, isso é tão cientificamente acurado quanto soa.
Shh, eu sou divo agora |
A coisa é, DNA² tem algumas coisas inteligentes acontecendo a seu favor. Em primeiro lugar, toda coisa do Mega Playboy é bem executada. Não é que Junta se transforma em Super Sayajin e hipnotiza as meninas com algum tipo de magia de DNA ou nada do tipo - o que seria SUPER errado, mas totalmente algo que você esperaria ver nos anos 90. O que acontece é que ele fica uber descoladão, com falas suaves e postura de macho alfa que fazem as novinhas colocarem suas passarinhas em chamas.
Então ele mais se transforma no Super Seducer do que sai por aí estuprando geral, e isso é algo que eu posso respeitar. Ok, essa frase ficou estranha, não? Ainda sim, anos 90 e Japão, uma combinação que eu nunca subestimo...
Claro que, para efeitos comédicos, Junta não controla essa transformação e varia entre ser o Super Seducer e chamar o Hugo com as meninas nas horas mais impróprias, o que gera situações comicas realmente engraçadas. Estranhamente, esse recurso não é tão utilizado durante a série e em muitos episódios o Megaplay não aparece, sendo apenas sobre Junta lidando com sua vomitancia.
Super Seducer super seduzindo em super ação! |
Outra coisa que o anime faz muito bem é que um problema muito recorrente em animes do tipo harém, normalmente nunca é dado um motivo pelo qual o protagonista não passa a mandioca em geral. Quer dizer, existe o motivo real que é fazer o publico-alvo continuar se identificando ("ah, esse cara é um pegador, não sou eu!"), mas poucas vezes é dado um motivo narrativo.
Este aqui não é o caso: Junta tem que manter sua linguiça sob controle porque o futuro da humanidade depende disso! Literalmente!
Isso sendo dito, DNA² é o seu tipico anime de harém com as situações que você esperaria em um anime de harém. O que significa muitos narises sangrando, peitos sendo apertados acidentalmente, fanservice generalizado e novinhas com bacurinhas em chamas e problemas pessoais que apenas a atenção do nosso seduzente protagonista pode resolver. Até onde animes de harém vão, e ainda mais um dos anos 90, os personagens são razoavelmente desenvolvidos e as histórias interessantes de se assitir.
Aquele momento constrangedor que você é tão seduzente que as meninas tem uma sobrecarga na bacurinha e desmaiam de tanta seduzencia. Sei bem como é. |
O que é menos interessante de assistir é o final, porque é uma das coisas mais bizarras que eu já vi em um anime. Sem ter muita ideia de como criar um arco dramatico para encerrar a série, a produção decidiu simplesmente... transformar o anime em um battle shonen. Assim, uma segunda capsula de DNA é disparada acidentalmente em um rival de Junta e ele se torna um vilãozão do mal que odeia o bem, usando seus poderes para estuprar e roubar DNA, não necessariamente nessa ordem.
Sim, eu sei. Mas calma que piora.
Junta então precisa abraçar sua transformação em Mega Playboy para poder lutar contra o sujeito lá e como resultado temos dois episódios de luta genérico saidos do nada (e que não vão a muito lugar, também). Criadores de manga costumam inserir torneios de luta quando precisam ganhar tempo para escrever (porque são coisas rapidas de fazer e exigem pouco planejamento), mas eu nunca tinha visto isso ser feito em um anime de 12 episódios. Uau, apenas uau.
Se eu recomendo? Dificilmente. Quer dizer, o traço de Masakazu Katsura (que é muito bom em desenhar meninas salientes) foi tão bem adaptado quanto possível para um anime de 1994, e o anime não se furta em closes ginecologicos para mostrar as porpetas femininas.
Achou que eu tava brincando? |
Então é um ecchi decente para a época, porém todo o resto são boas ideias que não parecem ir a muito lugar. Exceto se esse lugar for um anime de luta nos dois últimos episódios, isso é. Pois é.