[TOP 5] HISTÓRIAS REAIS DO ESPORTE QUE DARIAM ÓTIMOS FILMES

| segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Noite passada, 5 de agosto de 2016, tiveram inicio oficialmente as Olimpíadas no Rio de Janeiro, logo após o episódio de Esquenta mais caro da história, na qual a pira
de dinheiro públicoolímpica foi acesa. Os maiores astros do esporte mundial saberão o que é pegar um BRT lotado, e ter que se abaixar na Linha Vermelha por causa de bala perdida. Minha rabugentice à parte, a verdade é que ocasionalmente o esporte proporcional momentos de pura emoção e magia, dignos das melhores produções da cultura pop.

Verdade, em 90% do tempo nada relevante acontece, mas quando as estrelas estão certas o esporte nos brinda com momentos inacreditáveis. Às vezes inacreditáveis de tão magníficos, às vezes inacreditáveis de tão improváveis, mas essa é a magia da coisa, não?

Então, sem mais delongas, o NGF entra em ritmo olímpico. u reuni 5 momentos mágicos do esporte que, de um jeito ou de outro, dariam excelentes filmes!



5) A GUERRA DO FUTEBOL

Uma guerra que resultou em 2000 mil mortos, mais de 50 mil militares envolvidos, e um tratado de paz que só foi assinado dez anos depois. Por causa de uma partida de futebol.

Guerras nunca são bonitas de se ver, mas quando é entre os dois países mais pobres das Américas a coisa fica realmente feia. Entretanto, não se pode negar que, por piores que sejam as coisas, a história por detrás da guerra entre Honduras e El Salvador em 1969 é muito interessante.

Na verdade, a partida em si não foi tanto o problema. Havia na época uma tensão bastante grande entre os dois países, aliada a uma política nacionalista bisonha de ambos os lados (ainda bem que isso não acontece mais hoje em dia). Bastava apenas uma fagulha para iniciar essa fogueira, e em 1969 ventou forte na América Central, quando Honduras e El Salvador disputaram uma vaga nas eliminatórias para a Copa de 1970 no México (sim, a mesma do Tri).

As três partidas entre os dois times se tornaram assunto de segurança nacional entre seus governos, gente se suicidou por causa do resultado (mais por causa da insanidade nacionalista instaurada naqueles países, do que pelo esporte em si), e quando tudo estava dito e feito, os pipocos voaram pra todo lado.

Parece insano que uma guerra de verdade tenha começado por causa de futebol e, olhando de perto, não foi bem isso que aconteceu realmente, mas ainda assim é o que entrou pra história.

Quem assistiu os 7×1 em 2014 viu claramente que os alemães não fizeram 15×1 por pura pena. Na verdade eles estavam evitando uma guerra.





4) A SELEÇÃO PARAOLÍMPICA ESPANHOLA DE 2000


Essa história parece daquelas comédias sem vergonha que você veria estrelada pelo Will Ferrell, mas aconteceu de verdade. Nas Paraolimpíadas de Sidney, em 2000, a seleção de basquete para deficientes mentais da Espanha ganhou a medalha de ouro de forma avassaladora. Pelo menos 15 pontos de vantagem em todos os jogos.

Voltaram para casa com ouro e como heróis. Bela história, não?

Bem, não exatamente… Alguns meses depois estourou um escândalo – denunciado por um dos próprios jogadores – que nenhum daqueles atletas tinha deficiência nenhuma. Eles apenas FINGIRAM ser deficientes para competir e ganhar o ouro (e patrocínios), tudo com aval da federação espanhola de basquete, que organizou a mutreta toda.

A história do esporte é repleta de picaretagens malucas (em 1904 um maluco venceu o Tour de France de ciclismo… porque pegou carona em um trem, huehuehue!), mas, puta merda, nessa eles se superaram. Vou repetir o que aconteceu aqui: um bando de imbecis se fingiram  deficientes para disputar as paraolimpíadas contra pessoas que tinham deficiências reais. Uau. Apenas uau. Esse é um nível de picaretagem e cara de pau que conseguiu me assustar, e olha que eu sou brasileiro!



3) BARBADOS VS GRANADAA PARTIDA DE FUTEBOL MAIS LOUCA DE TODOS OS TEMPOS

O futebol tem muitas cenas insólitas, mas para mim nenhuma é mais impressionante que a medonha partida realizada entre as seleções de Barbados e Granada pela Copa Shell Caribenha de 1994.

Acontecia que o regulamento da competição previa que não houvessem empates, todos os jogos terminados empatados iriam para  a prorrogação com morte súbita (não, não o filme do Van Damme que eu devo ser o único que ainda lembra). Até aí tudo bem, normal.

Entretanto, havia uma regra estranha nessa morte súbita: o gol feito na prorrogação valia por dois. Estranho, né? Mas calma que piora.

Quando Barbados e Granada jogaram, Barbados precisava ganhar por dois gols de diferença para se classificar (e Granada precisava só não perder por dois gols de diferença para seguir no campeonato). Barbados fez 2×0 e estava se classificando feliz e contente. Até aí tudo bem, magrão.

Só que aos 38 do segundo tempo Granada descontou, e o placar ficou 2×1. Ora, esse placar não servia para Barbados, porque só vencer por dois gols adiantaria para eles. Aí nossos heroicos campeões tentaram desesperadamente fazer um gol, já que 3×1 classificava Barbados também. Quando viram que não ia rolar, alguém teve uma ideia genial: fazer um gol contra, deixando o jogo em 2×2, e levar o jogo para a prorrogação. Aí, com meia hora de jogo a mais, se eles fizessem um gol na prorrogação (que valia por 2) eles venceriam por 4×2 e estava tudo certo.

Foi o que eles fizeram. Aos 44 do segundo tempo, Barbados fez um gol contra para levar o jogo para a prorrogação. Isso por si só já é bizarro pra caralho, mas aí é que vem o momento mais mágico da história do futebol: Granada se ligou do plano dos caras e TENTOU FAZER UM GOL CONTRA TAMBÉM! Porque se eles fizessem um gol contra, eles perderiam por 3×2 e perder só por um gol tava tudo certo pra eles!

Então Granada tentou fazer um gol contra para perder a partida só por um gol… mas Barbados se ligou na ideia dos caras e PASSOU A IMPEDIR QUE OS ADVERSÁRIOS FIZESSEM O GOL CONTRA! E como eles também não podiam tomar um gol (porque aí sairia do empate e foderia para eles), ELES PASSARAM A DEFENDER AS DUAS GOLEIRAS! E Granada tentando fazer gol EM QUALQUER UMA DAS METAS!

Caralho eles inventaram um novo esporte até! Puta que pariu, amor de Cristo nos uniu, juro que isso aconteceu!


Como mérito pela bricolagem mais maluca da história do futebol, eles tiveram sucesso, e o jogo foi para a prorrogação, onde Barbados fez o gol que precisava (que valia 2) e assim venceu por 4×2, se classificando.


2) KERRI STRUG – Saltando para a dor

Você já torceu o tornozelo? É uma dor horrível. Parece que sua alma está sendo arrancada por um hokage senil em um anime propenso a enrolação. Você fica sem conseguir caminhar direito por DIAS, na melhor das hipóteses. Agora imagine, com o tornozelo torcido, ter que correr e fazer um salto que 99.9998% da raça humana jamais conseguiria fazer nem que a sua vida dependesse disso. Parece coisa de filme, mas aconteceu de verdade.

Nas olimpíadas de Atlanta em 1996, o time americano de ginástica não era o favorito a competição. Na verdade, nunca uma norte americana havia vencido qualquer medalha em ginástica até aquele momento – o esporte era completamente dominado pelas soviéticas (russas, romenas, ucranianas e outras terras que fazem mulheres tão lindas que dão vontade de chorar).

Surpreendentemente, a equipe de 1996 ainda assim estava indo bastante bem. Até que a ginasta Dominique Moceanu (que estava se recuperando de uma fratura na tíbia, e foi para as olimpíadas no sacrifício) caiu duas vezes dos aparelhos. As russas já estavam separando o espaço na bagagem para levar mais medalhas para casa.

Como desgraça pouca é bobagem, a melhor saltadora do time, Kerri Strug, torceu o tornozelo em seus primeiros saltos. Apesar de ter se machucado, ela ainda conseguiu a nota 9.1, que foi o suficiente para manter os Estados Unidos na disputa.

Infelizmente não bom o bastante, no entanto: no final da rodada, os Estados Unidos precisavam de pelo menos uma nota 9.7 para ganhar a medalha. O que já é absurdamente alto para uma atleta saudável, para quem não conseguia nem colocar o pé no chão era qualquer coisa perto de um  milagre.

O fato dessa história estar nessa sessão já dá uma dica de como ela termina:




Vinte anos depois, assistir isso ainda dói até em mim. Essa menina demonstrou níveis de macheza com os quais os filmes de ação dos 80 apenas poderiam sonhar!



1) O DEUS DA CHUVA – GP do Brasil de 1991

Em 1991, Ayrton Senna já era bicampeão mundial, porém, tinha um sonho ainda a ser realizado: vencer uma corrida no seu próprio país. Empilhando um fracasso atrás do outro, em seu oitavo ano na Fórmula 1, vencer a corrida diante da sua torcida era uma obsessão. Parecia que em 1991 finalmente ia dar. Parecia.

Faltando vinte voltas para o fim de uma corrida perfeita, o cambio da McLaren começou a travar. Em menos de dez voltas, toda hidráulica do carro tinha ido para o saco, e a sensação era de dirigir um caminhão com o freio de mão puxado. Com efeito, Senna tinha que fazer tanta força para conseguir fazer as curvas que ele teve CÂIMBRAS E FEBRE! Você já teve febre de tanto esforço físico? Pois é, foi o que eu pensei.

Mas desgraça pouca é bobagem: faltando cinco voltas para o final, o carro só tinha a 1ª e a 6ª marchas funcionando. Para quem não sabe dirigir, explico que, se você dirigir em uma marcha mais alta e diminuir demais (como para fazer uma curva, por exemplo), o carro apaga. Carros de Fórmula 1 não têm ignição nem chave. Se apagar, tudo que o piloto pode fazer é sentar e chorar. Então, como Senna conseguiu dirigir em sexta marcha sem deixar o carro morrer, e sem sair da pista por estar indo rápido demais, está além de mim explicar.

Como ele conseguiu fazer isso enquanto tinha que praticamente dar uma porrada no volante para fazer uma simples curva, está além de qualquer um explicar.

Como ele fez isso durante mais de meia hora na chuva, em uma pista escorregadia, e vencer a corrida (porque não é como se os outros pilotos tivessem ido pra casa assistir TV Colosso), é a matéria do que as lendas são feitas.



Quando Senna subiu no lugar mais alto do pódio em São Paulo, naquele 24 de março de 1991, ele não teve forças para levantar a taça. Mesmo para conseguir ficar em pé ele precisava de ajuda. Até hoje eu tenho comigo o som do grito dele, quando a corrida terminou, incapaz de acreditar na coisa INUMANA que ele havia realizado. Esse é o som de um sonho se realizando.


Bons jogos a todos!
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