Inspirado pelos ótimos textos do meu colega Thiago Ferreira, com análises de personagens de anime (você pode ler sobre o mítico Kuwabara clicando aqui e sobre o Ikki Pica-grossa de Felix aqui), resolvi contribuir e tornar a vida de vocês melhores e mais “alumiadas”, como já dizia o Lampião Verde.
Deixe seus preconceitos e suas partidas de 5 Marias (cara, como eu sou velho…) de lado, e venha comigo nesta viagem rumo a uma daquelas verdades que estão esfregando o pirocão na sua cara, e você continua fingindo que não é com você: Shun de Andrômeda é o mais forte de todos os Cavaleiros de Bronze (que no fim são os mais fortes da série).
… TAN DAN DAAAAAAAN!
A falácia do “Ikkiiiiii”
A primeira coisa que você vai dizer é que o Shun é uma hemorroida mole, porque seu principal golpe é chamar o irmão, o que só prova que você é um modinha que assiste Facebook demais e Cavaleiros do Zodíaco de menos.
É claro que o Ikki salvou a vida do irmão diversas vezes, mas isso só o torna uma moçoila super-protetora. Normalmente, quando o Shun tá tomando uma ruim pior do que puta que deu calote no cafetão, o seu irmão aparece à la Tuxedo Mask e salva o dia (aliás, o senhor é brega hein, seu Kurumada? mas a gente te ama mesmo assim). E o que tem de errado nisso?
Ora, apenas que é assim que os Cavaleiros de Bronze lutam! Imaginem se a Marin tivesse um ataque de pelancas e interrompesse a luta quando o Seiya tomasse uma ruim logo, e quase morresse no primeiro golpe (spoiler: acontece sempre), ou se o Mestre Ancião fizesse o mesmo cada vez que o Shiryu tira a armadura (spoiler: acontece mais ainda), ou então se a mãe do Hyoga levantasse da Fossa das Marianas na mesma situação (spoiler: Camus é o rei dos trolls).
Se tem alguém que está sendo covarde nesta situação é o Ikki, que não deixa o seu irmão lutar e crescer como qualquer outro cavaleiro. Boo-hoo pra você, mimizão de Fênix, que até hoje chora por uma ppk que nunca comeu. Toma jeito de homem e supera isso, rapá! Cara, até o Hyoga superou o seu grande amor perdido (sua mãe, não perguntem), e deu uns cato na irmã da rainha Elsa do Frozen, pelamor de Athena, Ikki…
Aí você me pergunta: “ah, mas vai me dizer que ele não chama o irmão dele para salvar o dia?” e eu vou te dizer que não, ele não faz isso. Ele fala o nome do irmão dele porque está pensando no irmão dele, da mesma forma que o Seiya chama a Saori quando está tomando aquela enrabada gostosa a seco. Ele está pensando no Ikki da mesma forma que o Ikki pensa na Esmeralda quando o brioco aperta – mas isso não quer dizer que ele está chamando ela pra fazer um tag team e lutar por ele. Pode ser homoerótico, mas não tem nada haver com fraqueza.
“Cara, pára com isso que eu não quero te machucar”
Uma pessoa fraca sente grande prazer em brigar para afirmar sua suposta força, ao passo uma pessoa forte não precisa fazer isso.
Em outras palavras, se você desafiar aquele babaca metido a machinho alfa que está comendo a cocotinha que você ama em segredo, provavelmente ele vai fazer isso (e vai conseguir porque, na boa, se você fosse foda, ela estaria dando pra você e não pra ele). Agora, se você desafiar um mestre de artes marciais, ele vai apenas pedir educadamente para que você pare com isso antes que se machuque.
É exatamente isso que o Shun faz. Quando tem que lutar com alguém, ele não sai se atirando que nem um galinho louco que nem o Seiya, ele realmente pede para a pessoa parar com isso, que ele não quer machucá-la.
E sabe do que mais? Ele REALMENTE está falando a verdade. Ao contrário do que acontece muito em animes, o Shun nunca fala as coisas para botar banca: os seus avisos são realmente sérios, e ignorá-los resulta em uma quantidade de dor que não pode ser descrita por palavras, a menos que “yaiyouchowkawoiiuu” seja uma palavra.
O Shun não gosta realmente de machucar as pessoas, porque ele sabe que se fizer isso vai destroçá-las. Novamente, pode não ser sua escolha de masculinidade do ano, mas isso não tem nada a ver com força.
Na verdade, todas as lutas que ele perdeu foram exclusivamente porque ele não quis lutar – contra os Cavaleiros de Prata, por exemplo, ele quase só passou sufoco porque, na boa, ele não via o menor propósito naquelas lutas, e não botou o menor tesão nisso – só atirou uma correntinha de qualquer jeito por obrigação contratual.
Mas quando quis lutar, ele praticamente só dava 1 hit kill.
“A Guerra dos Mil Dias” é um dos conceitos mais importantes do anime, e sem ele a coisa toda desmorona mais rápido que castelo de areia em tempestade de tubarões. Ela parte do pressuposto de que TODOS os Cavaleiros de Ouro têm o mesmo nível de força e que se eles lutarem, quaisquer deles, a luta ficará empatada e durará mil dias.
Por isso, canonicamente, não existe “Cavaleiro de Ouro mais forte”, e a série não funciona de outra maneira. Existem técnicas e níveis de conhecimento diferentes, mas no X1 os Cavaleiros de Ouro invariavelmente acabariam empatando – tanto que isso acontece entre o Aioria e o Shaka, por mais que esses fãs da internet que não assistem CdZ de verdade adorem elogiar as propriedades fálicas do virginiano (spoiler: “o homem mais próximo de deus” se refere ao nível de compreensão espiritual sobre as verdades da vida, não sobre a capacidade porradeira, seus ogros ignorantes do cacete).
Por que eu estou falando isso? Porque eu gostaria de lembrar quem foi o único Cavaleiro de Bronze que chegou num gold e disse “piá, te aquieta ae, que eu não quero te dar umas piabas”? Pois é, foi ele, o homem, o mito, Shun de Andrômeda.
Sua maior preocupação na casa de Peixes não foi em “aimeldz como vou vencer um gold” e sim em “pegar leve” para não machucar ele. Muito. E cumpriu o que disse. Milo apertou o forevis quando sua armadura congelou, Aldebaran arregou quando perdeu um chifre, Afrodite não teve essa chance. Tá comendo rosa piranha pela raiz.
Agora, considere a verdade que todos os Cavaleiros de Ouro regulam em poder, e você compreende o nível de fodacidade deste mocinho suave.
Mesmo o seu amado Ikki de Fênix teve que chegar na humildade para um gold, ao passo que Shun CAGOU para isso. Shun caga para Cavaleiros de Ouro, anotem isso em seus livros, crianças.
E se você reparar bem, em toda série ele sempre fez isso. Guerra Galáctica, quando todos os bronze eram do mesmo nível (o Seiya matador de deuses quase morreu pro URSO), qual foi a única luta que teve o mesmo nível de condescendência? Pois é, Shun versus Jabu. O unicórnio está procurando seu toba até hoje – que deve ter ido parar em Equestria depois da ruim que ele levou do Shun, que pediu encarecidamente para ele parar de querer se ferrar.
Enquanto isso, em uma dimensão paralela…
Vamos saltar um pouco na história: Generais Marinas. Todos tão fortes e com técnicas tão boas que quase deram PT em todos os Cavaleiros de Bronze. Com uma exceção: Io de Scylla, que deu o azar de cruzar com o tanque de armadura rosa, e subestimar o poder que peitinhos fazem em uma armadura.
Enquanto todos os Cavaleiros de Bronze pariram uma bigorna para derrotar os Generais Marinas – caso você não se lembre, até o picaroso de Fênix por MUITO POUCO não marchou para o Kasa de Lymnades – , Io levou uma lambada tão feia, que eu realmente senti pena dele. Sério, foi um overkill muito feio, e isso que o Shun estava pegando leve.
Este rapaz claramente não está no mesmo nível dos demais.
A única luta que eu lembro do Shun ter realmente tido dificuldades – depois de decidir que queria lutar – foi contra o Mime de Benetasch, mas até aí não conta, porque aquela foi a mais longa luta do anime, o Ikki entrou no meio e o Shun SALVOU A VIDA DELE de tão fodidão que o Mime era. Aquela luta foi louca.
Aliás, se tem uma regra sagrada em Saint Seiya é que, quanto mais rosca frouxa o cara parecer, mais foda ele é.
Cavaleiro de Prata mais fodão? Misty de Lagarto.
Guerreiro Deus mais foda? Mime de Benetash (discutivelmente no mesmo nível que Siegfried, o que não é dizer pouca merda).
General Marina mais perigoso? Sorento de Sirenia (moçoila incondicional do Julian Solo).
Nível de divacidade de Hades? Mais de 9 mil.
Perceberam um certo padrão aqui? Não é por nada que o Shun é o mais casca grossa dos Cavaleiros de Bronze. Quando ele quer, e não é sempre, mas a discussão aqui não era essa.
Pronto, agora você aprendeu algo para sua vida.
Seu recalque bate na Corrente de Andrômeda e volta.
